No capitulo de hoje quero chamar a atenção aos nosso comportamentos, enquanto espíritas, diante daqueles que estão tendo os primeiros contatos com a doutrina ou com a mediunidade. As pessoas se apresentam de três tipos diferentes de comportamentos:
1) Aquelas que falam das suas percepções mediúnicas como se fossem, seres especiais, anormais, usando dos chavões: "eu sou meio sensitivo", "tudo que eu sonho acontece", "é falar uma coisa e na sequencia ela acontece", "eu sinto quando alguém não está bem", "só de olhar para uma pessoa me dá sensações estranhas", "parece que eu pego as energias das pessoas", "estou sempre vendo ou sentindo coisas estranhas" etc. São pessoas que não tem conhecimento doutrinário, desconhecem os processos das percepções mediúnicas e querem chamar a atenção para si por outras carências não relatadas.
2) Aquelas que falam das suas percepções mediúnicas com pesar, como se a mediunidade fosse uma punição e dizem de imediato que não estão prontas e não querem isso para suas vidas, deixando que o assunto venha ter relevância na velhice pós aposentadoria ou quando mais nada tiver que fazer na vida. São aqueles que fogem de compromissos e responsabilidades.
3) Aquelas que tem a vontade de servir e traz interesse e brilho nos olhos quando se fala em mediunidade e ajuda ao próximo.
Para qualquer uma das situações devemos ouvi-las com naturalidade e depois explicar que a mediunidade é um recurso natural oferecido, por Deus, para a nossa evolução, onde caminhamos na Terra contando com a ajuda do Céu. Algumas pessoas tem mediunidade chamada "natural" onde tem percepções naturais do mundo invisível (espiritual) e outras tem mediunidade de compromisso onde suas percepções tem por objetivo a ajuda aos mais necessitados. Em linhas gerais todos nós já tivemos vidas passadas onde, em algumas situações, infringimos as leis divinas e assim nascemos trazendo o recurso da mediunidade como uma ferramenta de correção e ajuste dos erros cometidos, trabalhando em benefício do próximo. Em seguida devemos dizer que a Terra é composta de espíritos devedores das leis divinas e por tanto todos os seres aqui encarnados são médiuns, onde uns deveriam ajudar aos outros. As percepções mediúnicas que todos nós trazemos não dádivas, nem privilégios mas sim recursos para nos lembrar da necessidade de realizarmos nossos ajustes. Em terceiro lugar devemos orientar que as pessoas busquem um casa espírita passando a busca de orientações espirituais, para avaliar, se, naquele momento, as suas percepções são, realmente, só espirituais, ou se tem alguns fatores psíquicos envolvidos e qual os caminhos para se lidar com a situação.
Por tanto nunca podemos afirmar para alguém que ela tem que desenvolver sua mediunidade pois não sabemos qual é o seu verdadeiro compromisso. Não devemos também dizer para as pessoas que elas estão "prontas" pois "pronto" é aquele que se educou e desenvolveu sua mediunidade.
Não devemos rir ou assustar as pessoas com as frases "sua hora tá chegando", "daqui há pouco você vai ver", "os espíritos estão te cobrando", "se você não vier por amor terá que vir pela dor", "nada dá certo na sua vida porque você não quer trabalhar". Então devemos manter para nós os nossas deduções e comentários e sermos apenas esclarecedores conforme descrito acima. Deixe que a espiritualidade esclareça os irmãos de acordo com a fé e a necessidade de cada um.
Em nossa seara temos recebido muitas pessoas e principalmente jovens que carregam mediunidade de compromisso, outros com a mediunidade de compromisso mas também transtornos mentais e outros somente com transtornos mentais e dai o cuidado em acolhe-los, ouvi-los sem reforçar qualquer tipo de comportamento ou falas para não criar situações embaraçosas tanto para a casa como para a vida das pessoas. Por tanto ouvir e se julgar necessário, encaminhá-los para o grupo de orientação espiritual.
Nesta situações devemos estimula-los a vivência terrena, olhando tudo o que existe de bom e de melhor em sua volta, sendo um homem de bem e deixar as coisas do mundo invisível para a espiritualidade orientar quais os caminhos a seguir. Se for jovens em salas de evangelização, explicar que naquele ambiente é para discutir o tema proposto na aula e não as percepções mediúnicas individuais. Quando necessário chamar a pessoa a parte e dizer que não repita o mesmo comportamento as próximas reuniões pois nem todos entendem o que ele está passado e se está passando é de seu forum íntimo.
O mesmo se dá com alunos em sala de aula, onde o expositor, permite que os mesmos gastem tempo da aula, do ensino e dos colegas para ficar contanto duas peripécias do mundo espiritual, experiências vividas, casas frequentadas, o que acaba tornando a pessoa "chata", "vaidosa" e "deselegante" com os colegas que, muitas vezes, sentem-se cansados se ouvir as mesmas "ladainhas" de sempre das mesmas pessoas. Então devemos ser discretos e citar algum exemplo quando formos chamados para tal e falar de forma sucinta. Podem perceber que nestas atitudes existe de novo a carência e a necessidade constante do chamar atenção para si.
Muitos médiuns antigos também ainda apresentam a dificuldade da educação mediúnica e espera as sessões de trabalhos acabarem para tecerem comentários de percepções obtidas nos mesmas, o que está totalmente errado, pois todos as falas devem ser tecidas e esclarecidas durante as sessões na presença dos mentores que ali estão acompanhando a percepção individual dos médiuns e poderá certificar-se do que está sendo percebido e falado.
Aqui na seara, sou muito rígido no aspecto da discrição mediúnica pois sei das carências, vaidades e alcance de cada médium e assim tento ao máximo buscar a educação, disciplina e responsabilidade para que não venhamos a perder a credibilidade espiritual da nossa seara bendita.
Aqui vale ressaltar que os mentores da nossa casa, também, testam de vez em quando o conhecimento, estudo, responsabilidade e discrição do médium colocando-os em situações duvidosas e embaraçosas, sempre com o objetivo de buscar a segurança mediúnica.
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